sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

"Mamãe Noel"


Sabe por que Papai Noel não existe? Porque é homem. Dá para acreditar que um homem vai se preocupar em escolher o presente de cada pessoa da  família, ele que nem compra as próprias meias? Que vai carregar nas costas um saco pesadíssimo, ele que reclama até para colocar o lixo no
corredor?

Que toparia usar vermelho dos pés à cabeça, ele que só
abandonou o marrom depois que conheceu o azul-marinho? Que andaria num  trenó puxado por renas, sem ar-condicionado, direção hidráulica e  air-bag? Que pagaria o mico de descer por uma chaminé para receber em
troca o sorriso das criancinhas? Ele não faria isso nem pelo sorriso  da Luana Piovani! Mamãe Noel, sim, existe.

Quem é a melhor amiga do Molocoton, quem sabe a diferença entre a  Mulan e a Esmeralda, quem conhece o nome de todas as Chiquititas, quem  merecia ser sócia-majoritária da Superfestas? Não é o bom velhinho.

Quem coloca guirlandas nas portas, velas perfumadas nos castiçais,  arranjos e flores vermelhas pela casa? Quem monta a árvore de Natal , harmonizando bolas, anjos, fitas e luzinhas, e deixando tudo combinando com o sofá e os tapetes? E quem desmonta essa parafernália toda no dia 6 de janeiro?

Papai Noel ainda está de ressaca no Dia de Reis. Quem enche a
geladeira de cerveja, coca-cola e champanhe? Quem providencia o peru, o arroz à grega, o sarrabulho, as castanhas, o musse de atum, as lentilhas, os guardanapinhos decorados, os cálices lavadinhos, a toalha bem passada e ainda lembra de deixar algum disco meloso à mão?

Quem lembra de dar uma lembrancinha para o zelador, o porteiro, o carteiro, o entregador de jornal, o cabeleireiro, a diarista? Quem compra o presente do amigo-secreto do escritório do Papai Noel?
Deveria ser o próprio, tão magnânimo, mas ele não tem tempo para essas coisas. Anda muito requisitado como garoto-propaganda

Enquanto Papai Noel distribui beijos e pirulitos, bem acomodado em seu trono no shopping, quem entra em todas as lojas, pesquisa todos os preços, carrega sacolas, confere listas, lembra da sogra, do sogro, dos cunhados, dos irmãos, entra no cheque especial, deixa o carro no sol e chega em casa sofrendo porque comprou os mesmos presentes do ano passado?

Por trás do protagonista desse megaevento chamado Natal existe alguém em quem todos deveriam acreditar mais.

(Martha Medeiros)

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Micro Projetos Mais Cultura, em Guaiba, estimula a Política da Boa Vizinhança

A articuladora da Rede Cultura na Rua,  Mãe Carmen de Oxalá, dirigente da Assobecaty, organização que vem gestando 8 projetos do Pronasci, bairro Santa Rita, Guaíba –RS, inicia o exercício de tecer a rede, isto  é, estabelecer vínculos com os demais projetos que vem sendo executado dentro do território da paz

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Na terça- feira (10) aconteceu a visita na Oficina Aprender Fazer Vender, curso de  Biscuit, Bonecas de Pano, Crochê, Escultura em Vegetais , Reciclagem , Pintura , pintura em tecido, EVA, Feltro e Tricô.

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Através desta visita, possibilitou a aproximação dos integrantes e a troca de saberes. Oficinandas e Oficineiras , agradeceram a Assobecaty, gestora da Rede Cultura na Rua.

sábado, 5 de novembro de 2011

Relatório de Atividades da Psicologia na ASSOBECATY


Desde 2007 a ASSOBECATY, instituição não governamental conta com o serviço de Psicologia, dentre as suas atividades. Inicialmente contava com as Psicólogas Ana Clara Espíndola e Rogéria Ferrari, que coloboraram com o início das atividades do Ponto de Escuta-criado na Escola Estadual Ruy Coelho Gonçalves, espaço e parceria de trabalho criado para atender as demandas dessa escola-vizinha no bairro Santa Rita-Cohab, em Guaíba/RS. Neste mesmo ano fui convidada pela atual presidenta da instituição Carmen Lucia de Oliveira, colega de curso de graduação, que conheci no estágio de Psicologia Clínica na Secretaria Municipal da Saúde de Barra do Ribeiro/RS.
Neste primeiro ano, fiquei mais no apoio à equipe da Psicologia, participava das reuniões e seminários, colaborei na elaboração de alguns projetos sociais que tentamos aprovar em nome da entidade (UNESCO,PETROBRÁS,etc.), tinha atendimento alguns pacientes adultos. Após, no ano de 2008, a Psicóloga Ana Clara se afastou e posteriormente também a Psicóloga Rogéria teve seu afastamento. No meio de 2008, a fim de renovar os laços de parceria com a Escola Ruy Coelho, propus uma avaliação dos níveis de estresse em trabalhadores da educação, que avaliou em sua maioria professores desta escola, atividade que ao final deste ano fora apresentada os índices e resultados aos participantes. Em 2008, também recebi alguns pacientes adultos e crianças do bairro, que se mantiveram basicamente durante o ano letivo escolar, com exceção de um paciente adulto que ficara dois anos contínuos até 2009.
No ano de 2010, tivemos outras atividades por parte da Psicologia: seleção para os jovens monitores do Programa Telecentros BR em Comunidades Tradicionais de Terreiros, programa que ainda está em fase de implantação pelo Governo Federal. Também neste ano, foi realizado na Escola Ruy Coelho, uma atividade com alunos do terceiro ano do ensino médio, com o objetivo de orientação vocacional, onde os interessados que se dispuseram a participar já receberam a devolução dos resultados nos próprios dias de atividade na escola, proporcionando assim um possível direcionamento esclarecido para as futuras carreiras profissionais almejadas. Também neste ano a Psicologia contribuiu com dinâmicas realizadas durante a Roda de Conversa Sobre Religião e Aids, realizada em dezembro de 2010 na ASSOBECATY.
No ano atual (2011), firmamos parceria em 20 de maio de 2011 com a Escola Estadual Aglae Kehl, onde nossa atividade inicial foi com professores, supervisores, orientadores escolares e diretores, na qual fizemos uma intervenção voltada para a questão do olhar com o cuidado e cuidador, visto que o trabalhador em educação se põe no lugar de cuidador, quando recebe alunos em pelo menos um turno e neste exerce o papel de zelo, de cuidado por esses sujeitos(alunos). Recebemos durante o curso deste ano, demandas com alunos das três escolas estaduais do bairro, além dessas escolas parceiras, como o CIEP (Carmen Alice Lavieguerre).
Também no ano de 2011, está em fase de implantação e execução, o microprojeto com recursos do Mais Cultura-Minc e Pronasci-Território da Paz, sobre prevenção à drogas idealizado pela Psicologia, denominado originalmente como a Produção Cultural da Droga Contada em Crônicas, que visa promover um concurso de escrita de crônicas sobre o tema das drogas, bem como estimular a reflexão sobre o tema através dessa pequena provocação.
Além disso, participamos  na medida que nosso tempo permite, de outras atividades de cunho comunitário e social como participação em reuniões com Prefeitura Municipal- Assistência Social e Associações e Templos religiosos sobre as atividades desenvolvidas para a prevenção à drogas, vinculadas às iniciativas em prol da Segurança Pública, como foi a promovida pelo I COMSEG e I Conferência Municipal de Saúde Mental- ambas realizadas em 2010. Nessas atividades, também inclui-se a participação como observadora em reuniões e seminários sobre a Religião de Matriz Africana, geralmente com frequência quinzenal ou mensal.
Cabe também registrar como atividades de que a Psicologia participa de forma interna na instituição, os constantes curso de formação realizados desde 2009: Fé na Prevenção-Curso sobre prevenção à drogas para lideranças religiosas(SENAD/PRONASCI/UNIFESP), Curso de Prevenção à Drogas para Lideranças Comunitárias e Conselheiros Tutelares(SENAD/PRONASCI/UFSC), Curso de Gestão em Riscos e Desastres- Contribuições da Psicologia(UFSC) e Tranversalização do HIV/Aids (Gapa-BA e Brut Für Die e Rede América Latina), bem como a participação de cursos de extensão na Escola de Saúde Pública do RS- Seminários de Formação em Saúde da População Negra.
De todas as atividades citadas anteriormente, essa é a parcela de contribuição da Psicologia com a instituição.
                                                       Débora Lúcia de Souza e Silva
                                                         Psicóloga-CRP/RS 07/15877

Seminário de Formação Microprojetos PRONASCI/MINC na ASSOBECATY

Buscando-se uma melhoria contínua, acertando as arestas, dialogando e discutindo as experiências, planejamentos, avaliações das ações já realizadas, assim foi o dia de sábado em 29 de outubro de 2011-na ASSOBECATY-Guaíba/RS. Neste dia, esteve reunida o grupo Rede Cultura na Rua de microprojetos com recursos do PRONASCI/MINC, onde se fez presente Carmen Oliveira-presidente e responsável pelo microprojeto jornal/revista do bairro, Débora Lúcia de Souza e Silva-psicóloga voluntária na instituição desde 2007 e idealizadora do microprojeto sobre a produção cultural da droga contada em crônica, André de Jesus-ator e responsável pelo microprojeto do teatro, Denise Flores-coordenadora dos microprojetos e responsável pelo microprojeto Desafio na Rede:to log@ado, Zélia Araújo Lima, professora e responsável pela Oficina de Contação de História e Criação de Personagens, Luisinho e Alessandra Trucollo do microprojeto Dança na Rua, a Equipe Jovem de Divulgação com Greice Oliveira, Graziela Azevedo e Julia Flores-craidora do blog do Rede Cultura e Tito Saraiva- colaborador da equipe de som e montagens de aparelhagens.Após o seminário a Professora Zélia, que ficou conhecida como Zelinha, pelo seu inusitado personagem vindo do Planeta Intelectus, neste dia apresentou a história dos Três Peixinhos, trazendo sua mensagem sobre ética, dedicação, esperança, amor, entre outros componentes, para compartilhar com o grupo.
                               Débora Lúcia de Souza e Silva
                               Psicóloga CRP/RS 07/15877

 

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

RJ – VII Seminário de Psicologia e Direitos Humanos: Segurança Pública e Direitos Humanos

de Y.Valentim

O VII Seminário de Psicologia e Direitos Humanos, que terá por tema “Segurança Pública e Direitos Humanos”, será realizado de 19 a 21 de outubro, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, UERJ.

O evento, que será gratuito e contará com intérprete de libras, acontecerá no  Auditório 71 (7º andar) do Bloco F do campus Maracanã da UERJ (Rua São Francisco Xavier, 524). Mais informações pelo telefone (21) 2139-5439.

A Mesa de Abertura será às 18 horas do dia 19m quarta-feira, com uma Conferência do deputado estadual Marcelo Freixo, Presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Alerj, sobre a “Atual conjuntura das políticas públicas para segurança no Estado do Rio de Janeiro”.

Em seguida, haverá a apresentação de um trecho do espetáculo “Ô, Lili”, da Cia Marginal.

A seguir, a Programação dos outros dias:

20 de outubro (quinta-feira)

14h30 – Mesa de debate
“Megaeventos, choque de ordem e o controle na cidade”

  • Guilherme Soninho (Historiador, doutorando do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional – Ippur/UFRJ);
  • Hilda Correa de Oliveira (Assistente Social, Mestre em Políticas Públicas – Uerj, membro da Coordenação executiva do Fórum Estadual de População de Rua);
  • Mônica Alckmin (Coordenadora do projeto “Se Essa Rua Fosse Minha” e integrante da Comissão Executiva do Fórum Estadual do Direito da Criança e do Adolescente);
  • Debatedor: José Rodrigues de Alvarenga Filho (Psicólogo CRP 05/36271, colaborador da Comissão de Direitos Humanos do CRP-RJ).

17h30 – Intervalo.

18h30 – Mesa de debate.
“Gestão militarizada das favelas: UPPs e megaoperações”

  • Márcia Pereira Leite (Professora Adjunta do Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais da Uerj, Pesquisadora do CNPq, membro do movimento Círculo Palmarino Rio);
  • Rapper Fiell (militante do movimento Hip Hop, construtor da cartilha de abordagem policial na favela Santa Marta);
  • Tomás Ramos (Advogado, assessor parlamentar do deputado Marcelo Freixo, pós-graduado em Filosofia Contemporânea pela PUC-Rio, Mestre em Sociologia e Direito pela Universidade Federal Fluminense – UFF);
  • Debatedor: Rodrigo Costa do Nascimento (Psicólogo CRP 05/32425, mestre em Saúde Coletiva, pesquisador da vertente de Direitos Humanos do Observatório de Favelas).

21 de outubro (sexta-feira)

14h30 – Mesa de debate.
“Políticas sobre drogas e criminalização da pobreza”

  • Orlando Zacone (Delegado da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Mestre em Ciências Penais pela Universidade Cândido Mendes – Ucam, Doutorando em Ciências Políticas na UFF);
  • Renato Cinco (Sociólogo, membro do Diretório Estadual e do Núcleo de Lutas Urbanas e Direitos Humanos do PSOL);
  • Rafael Mendonça Dias (Psicólogo – CRP-05/40094, doutorando em psicologia na UFF, representante do CRP-RJ no Conselho Estadual de Políticas Sobre Drogas do Rio de Janeiro);
  • Debatedor: Luciana Knijnik (Psicóloga CRP-07/33458, mestre em psicologia pela UFF, militante de direitos humanos, consultora da Unesco, presidente da Comissão Regional de Direitos Humanos do Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul, em formação no Círculo Psicanalítico).

17h30 – Intervalo.

18h30 – Roda de Conversa – “Psicologia e Segurança Pública”
Todos os participantes convidados a participarem.

From: 

http://racismoambiental.net.br/2011/10/rj-vii-seminario-de-psicologia-e-direitos-humanos-seguranca-publica-e-direitos-humanos/#more-30596

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Comissão aprova proposta que promove culturas tradicionais


Leonardo Prado

Edson Santos

Edson Santos: a cultura de comunidades tradicionais não tem tido condições efetivas para preservação e desenvolvimento.

A Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara aprovou na quarta-feira (5) o Projeto de Lei759/11, do deputado Padre Ton (PT-RO), que visa a promover a cultura das comunidades indígenas, afro-brasileiras, de outras minorias, além das manifestações folclóricas tradicionais.
A proposta tem o objetivo também de apoiar, de maneira equilibrada, a distribuição de recursos entre as distintas manifestações culturais, priorizando as de origem local, reconhecidamente tradicionais e consideradas raízes do folclore nacional.
O projeto altera a Lei Rouanet de Incentivo à Cultura (
8.313/91), que criou o Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac), com os mecanismos do Fundo Nacional de Cultura (FNC) do mecenato e do Fundo de Incentivo Cultural e Artístico (Ficart). A lei tem justamente a finalidade de captar e canalizar recursos para o setor de modo a promover diversas manifestações culturais brasileiras.
O autor lembra que a proposição foi apresentada na legislatura passada pelo deputado Eduardo Valverde (PT-RO), falecido neste ano, e que seu objetivo é priorizar a atenção para manifestações culturais tradicionais, especialmente para aquelas que se encontram sob ameaça de desaparecimento e são constantemente discriminadas.

Pluralidade da produção cultural
Em seu parecer, o relator, deputado Edson Santos (PT-RJ), acatou o projeto na íntegra. “É evidente que a cultura de comunidades tradicionais não tem tido condições efetivas para preservação e desenvolvimento. Ao falar diretamente das comunidades tradicionais indígenas e afro-brasileiras e do apoio à distribuição equilibrada de recursos entre as distintas manifestações culturais, a proposição supre uma lacuna na política cultural brasileira e ajuda a dar condições efetivas para garantir a diversidade e pluralidade dessa produção cultural”, afirmou Edson Santos.

Tramitação
Sujeita à análise conclusiva nas comissões, o projeto segue para as comissões de Educação e Cultura; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Íntegra da proposta:

Reportagem - Mariana Monteiro
Edição – Regina Céli Assumpção

A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara de Notícias'

domingo, 2 de outubro de 2011

SPM participou da Conferência Temática de Yás

Publicação Site  SPM : 24.09.2011 às 18:00

Yalorixás pedem o fim do preconceito contra religiões afro-brasileirasSPM participou da Conferência Temática de Yás

SPM participou da Conferência Temática de Yás

No dia 24 de outubro, na Praia da Alegria do município de Guaíba, aconteceu a 1ª Conferência Temática Estadual de Yás de Casas de Tradição, onde sacerdotes femininas de religiões de matriz negro-africana refletiram sobre políticas públicas a serem levadas para a IV Conferência Estadual de Políticas para as Mulheres "Enid Backes", que ocorre em outubro em Porto Alegre.
Na abertura, a secretária de Políticas para as Mulheres, Márcia Santana, saudou as entidades, exaltou o respeito às diferenças de credo e ressaltou a importância das religiões afro-brasileiras em garantir a cidadania das mulheres, pois os terreiros são espaços de inclusão. O prefeito de Guaíba, Henrique Tavares, anunciou que o município está viabilizando o Inventário das Religiões de Matriz Africana na cidade, projeto a ser realizado em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (IPHAE) e a secretária de Turismo, Desporto e Cultura de Guaíba, Claudia Mara Borges Rosa, reforçou que encontros como a Conferência "dão um norte para o gestor público identificar quais as políticas prioritárias para as religiões de matriz africana". Outras autoridades saudaram o evento.
As/os participantes do encontro refletiram sobre a relação entre a cidadania das mulheres e a superação dos preconceitos sofridos pelas religiões afro-brasileiras. A Conferência se estendeu até o domingo, quando as Yás promoveram o IV Alujá na Pedra do Xangô de Guaíba.

O evento foi realizado pelo Movimento 13 de Maio - Abolição não Conclusa para as Mulheres Negras, Associação Beneficente Cultural Africana Templo de Yemanjá - ASSOBECATY, Central de Movimentos Populares - CMP, Revista Conexão Afro e Sindicato dos Servidores Públicos da CUT/RS. Conta ainda com o apoio da Secretaria de Políticas para as Mulheres - SPM/RS, Secretaria de Educação - SEDUC/RS, Secretaria da Cultura - SEDAC/RS, Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial - SEPPIR/PR, Secretaria Especial de Direitos Humanos - SEDH/PR, Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres de São Leopoldo, Conselho Municipal de Direitos da Mulher e Prefeitura de Guaíba.
www.spm.rs.gov.br


caracoles

FALAR com Mãe Carmen de Oxalá

Fone: (51) 30556655 / 97010303 e 84945770

maecarmendeoxala@hotmail.com

CampanhaAno Internacional afrodescendente

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Psicologado News - "Cérebro usa áreas diferentes para julgar e punir, segundo pesquisa"

Link to Psicologado News


Cérebro usa áreas diferentes para julgar e punir, segundo pesquisa

Posted:

Para a maioria das pessoas, o senso de justiça determina que os responsáveis por crimes ou injustiças sejam castigados. Julgamento e punição, porém, não estão intimamente relacionados – pelo menos não no sistema cerebral. Segundo pesquisa recente publicada pelaNeuron, a elaboração de cada um desses processos ocorre em duas áreas neurológicas distintas: uma ligada a análises lógicas e racionais e outra vinculada às emoções.

Descoberta nova ligação genética entre esquizofrenia e transtorno bipolar

Posted:

Uma equipe internacional de mais de 250 pesquisadores de 20 países concluíram um marco no estudo da relação entre variações genéticas e doenças mentais.

Os pesquisadores estudaram mais de 50.000 adultos e descobriram que variações genéticas comuns contribuem para o risco de uma pessoa ter esquizofrenia e transtorno bipolar.

Genética ajuda a entender por que autismo é mais comum em meninos

Posted:

Apesar de as causas do autismo ainda não estarem totalmente esclarecidas, diversas pesquisas indicam que hormônios sexuais podem contribuir para sua ocorrência, já que o distúrbio é quatro vezes mais comum em meninos. Agora, um estudo publicado pelo PLoS ONE mostra que interações genéticas ajudam a entender alguns dos principais sintomas e explicar essa discrepante prevalência em crianças do sexo masculino.

sábado, 17 de setembro de 2011

"Psicologia Organizacional com Ênfase em Recursos Humanos", "As Emoções" e mais 4 novos artigos Entrada X

Resumo dos novos artigos publicados:

Setor Hoteleiro: O Capital Humano Agregado ao Valor do Trabalho
escrito por: Hérica Rodrigues de Sousa
Introdução: A Psicologia, ao longo dos tempos, está conseguindo desligar-se do conceito que lhe foi atribuído como a ciência que se ocupa apenas dos processos mentais, onde está intimamente relacionada com a visão do psicólogo clínico. De acordo com Achcar, Duran E Bastos (1994) este conceito está aos poucos se modificando, sendo agora relacionada também ao comportamento humano, onde o profissional tem várias áreas de atuação, seja ela nas escolas, organizações, presídios, entre outros, ou seja, o profissional é chamado a atuar onde exista capital humano. Neste trabalho, será abordado o campo da Psicologia Organizacional, no qual o profissional trabalha de forma a promover o bem-estar dos trabalhadores bem como trazer uma visão mais humanizada para as empresas.

A elaboração desta atividade nasceu a partir da experiência da disciplina Estágio Básico I em uma empresa do ramo hoteleiro na cidade de Parnaíba - PI. A prática inicialmente tinha caráter puramente observatório, o que foi modificado ao longo do período de cinco semanas, quando também foi utilizado entrevistas informal e formal para que se pudesse conhecer melhor a dinâmica da empresa.

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Psicologia Organizacional com Ênfase em Recursos Humanos
escrito por: José Carlos da Silva
Resumo: Este estudo delimita-se a apresentar a Psicologia Organizacional como ferramenta indispensável na área de recursos humanos e sua importância para aqueles que lidam com questões como liderança, formação de equipes, seleção e desenvolvimento de pessoas entre outras. Muitas vezes as Relações Humanas no ambiente de trabalho tornam-se tão conflitantes que o desenvolvimento ético e profissional ficam prejudicados. A mente humana é repleta de complexidades e uma ação pode causar dezenas de outras reações em uma dezena de pessoas diferentes. Cada uma tem uma forma de reagir a uma certa situação. Diante deste panorama surgem questões como: Que nível de Relações Humanas o Administrador de Empresas deve focar e instigar em seus funcionários, para que o ambiente de trabalho se torne um lugar agradável?
Palavras-Chave: Psicologia Organizacional, Motivação, Comportamento.

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As Emoções
escrito por: Rosimeri Bruno Lopes
Resumo: O presente artigo incidiu sobre o estudo das Emoções, descrevendo de forma breve, os principais tópicos sobre o tema. A elaboração desse trabalho tem como objetivo, uma breve abordagem sobre algumas teorias das Emoções, a descrição de algumas definições e classificações das emoções, bem como alguma de suas funções.
Palavras-Chave: Emoções, Definições, Classificação, Teorias das emoções.

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Psicologia: Diferenças de Gênero na Escolha Profissional
escrito por: Elaine Pereira da Silva e Nara Cíntia Alves Cordeiro
Resumo: Esse trabalho trata-se uma pesquisa quanti-qualitativa, explicativa de levantamento que objetivou constatar de que forma o gênero influencia na escolha da psicologia como profissão. De forma específica determinou-se a porcentagem da aceitabilidade entre os vestibulandos, interpretou-se a porcentagem de homens e mulheres para avaliar se há uma feminização da Psicologia em Teresina, diferenciou-se as preferências profissionais masculinas e femininas e discutiu-se como o gênero pode influenciar na escolha profissional. Foram entrevistadas oito estudantes de Psicologia e também foram entregues formulários a 31 vestibulandos, ambos aplicados na Universidade Estadual do Piauí. Para análise, os dados foram agrupados em duas etapas, sendo estas divididas em duas categorias que foram posteriormente divididas em quatro subcategorias.
Palavras-Chave: Psicologia; Diferenças de gênero; Escolha profissional.

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Câncer de Pênis: Sentimentos e Percepções de Pacientes Diagnosticados para Amputação
escrito por: Ana Teresa Torres Teles
Resumo: Este estudo tem como objetivo compreender a experiência de seis pacientes com câncer de pênis diagnosticados para amputação, identificando a partir dos relatos colhidos, os principais sentimentos, proposições e percepções vivenciadas por eles. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa na perspectiva fenomenológica. Os dados foram obtidos através de entrevista com pacientes do Hospital de Câncer de Pernambuco. Após a análise, os resultados encontrados constatam que o câncer de pênis é uma doença ainda desconhecida pela quase totalidade dos pacientes acometidos e que a causa maior de sua incidência também é absolutamente ignorada. Tal enfermidade oculta perdas irreparáveis tanto para o físico, que envolve a perda do membro, como para o psicológico, por ser percebida como a "perda da masculinidade", constituindo assim o "câncer de pênis com diagnóstico de amputação" uma tragédia sem precedentes na vida do homem.
Palavras-chaves: Câncer de Pênis; Amputação de Pênis; Perda da Masculinidade; Impotência; Sofrimento Masculino; Pênis e Masculinidade; Carcinoma de Pênis.

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A Crise Ético-Religiosa Contemporânea e a Constituição do Sujeito – Ético-Religioso – no Pensamento de Freud
escrito por: Eudes Henrique da Silva
Palavras Introdutórias: A sociedade contemporânea experiência um certo amortecimento ético em todos os seus setores. A religião, objeto de nosso estudo, já não consegue dar um respaldo positivo às questões postas. A crise ética à qual estamos imersos tem seu agravante desde Auschwitz. Após esse desastroso evento ficou-se ainda mais difícil falar sobre a formação do sujeito, o que acarretou uma série de crises - que tem suas raízes no campo ético - na sociedade [1]. Propor uma formação do sujeito ético é a tarefa mais difícil na contemporaneidade, haja vista que todas as instituições, com as quais poderíamos contar para essa árdua tarefa, encontram-se em crises, como já foi dito anteriormente; e o pior é quando uma para se eximir joga para a outra a responsabilidade pela formação do sujeito. O certo é que nem a família, nem a escola, nem mesmo a religião conseguem dar respostas plausíveis à problemática existente e que se agrava a cada dia. E o resultado dessa crise é observável em toda a aldeia global. Ora, estamos experienciando um certo retorno à animalidade, e isso se explica pelos altos índices dos mais variados tipos de violência, física, moral, sexual, como também por um consumismo exacerbado, pelo comércio do corpo, tudo isso pela busca de uma satisfação imediata do prazer.

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quinta-feira, 28 de julho de 2011

Escritura e Devir: Experimentações entre escrever/ler - 1ª Edição - Tarde

Apresentação

Curso Escritura e Devir: experimentações entre escrever/ler, propõe 12 encontros recheados de leituras apetitosas e pensamentos inquietantes. Passando por fragmentos de textos de Friedrich Nietzsche, Gilles Deleuze e Michel Foucault procuraremos problematizar a função do autor/escritor tomando como sopro a ideia que jamais escrevemos sozinhos. Poderíamos perguntar: que escritores povoam nossa solidão? Sem preocupação de fornecer respostas ou defender verdades o Curso caminha no sentido de potencializar incertezas sobre o processo criativo e o modo como experimentamos nossas leituras. Aberto para todas as áreas do conhecimento, tomaremos trechos das escrituras de Ricardo Piglia, Michel Tounier, Roland Barthes, Antonin Artaud e Maurice Blanchot, intentando com isso, criar um espaço coletivo e ressonante com gosto pela experimentação textual e imagética.

Objetivos do curso

- Ler textos literários e teóricos;

- Problematizar a função autor/leitor;

- Potencializar o desejo de escrever.

Público-alvo:

Estudantes, pesquisadores e profissionais de diferentes áreas que se interessem pelos temas e aberto ao público em geral.

Modalidade: Presencial

Local: Avenida Independência 330/sala 410 – Porto Alegre/RS

Data de início: 09 de agosto de 2011

Dia da Semana: Terça-feira / tarde

Horário: 14:00 às 17:10 horas

Duração: 12 encontros

Carga Horária: 36 h/a presencial e 4h/a à distância

Para fazer sua inscrição é necessário pagar a taxa de matrícula. Quando a turma for confirmada você poderá pagar o restante do curso.

Obs: Caso a turma seja cancelada devolveremos o valor da matrícula (R$ 50,00) na íntegra.

Programa:

- Apresentação e disparo:

- Com o leitor:

- Quem lê? Para quem se escreve?:

- Viver a leitura:

- Sobre o escritor:

- Escrever e devir:

- O impessoal

- Mortes

- Artaud e o Pensamento

- Deleuze e o cinema

- Escrita e vida

- Leituras coletivas, avaliação e fechamento

Obs.:O que os alunos podem providenciar: folhas, bloco ou caderno. Lápis e caneta.

Certificado:

Será fornecido a todos que tiverem, no mínimo, 75% de frequência. Certificados reconhecidos por lei e válidos para concurso e/ou atividades complementares.

Professor:

Leonardo Martins Costa Garavelo - Possui graduação em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2007). Atualmente realiza mestrado no Programa de Pós-graduação em Psicologia Social e Institucional na UFRGS e cursa a Especialização Instituições em Análise (ESADE). Tem experiência em Psicologia Social e Institucional, trabalhando em projetos relacionados à arte, loucura, saúde coletiva e comunidades.

O Valor do curso pode ser pago pelo pagseguro à vista ou parcelado (cartão de crédito)

Para o pagamento no boleto, somente à vista.

Matrícula
R$ 50.00
Faça login para se inscrever

Valor
R$ 250.00

Total
R$ 300.00

Sobre Maconha

-  Acaso já viu um estudante usuário melhorar suas notas na escola?
-  Acaso já viu um pai usuário aumentar o amor e a harmonia no lar e na família?
-  Acaso já viu um profissional usuário melhorar o desempenho em sua profissão?
-  Acaso já viu homens viciados felizes rapaz?
Você pode fazer a diferença!
               Nenhum de nós pode dizer com 100% de certeza que a droga nunca fará parte da vida de alguém que amamos,
sejam nossos filhos, netos, irmãos, primos e amigos, ou simplesmente o filho do seu vizinho, talvez você pense que não tem nada a ver só porque ele é seu vizinho? Engano seu! Pela lei do retorno o que não queremos para nós não podemos desejar para o outro, que não deixa de ser nosso irmão divinamente. É por isso que estamos enviando a você está divulgação, este convite, para a Caminhada Nacional Contra a Liberação da Maconha! Até porque dificilmente um usuário de droga não teve seu começo com a maconha.
            Pense nisso, se você acha que não vai fazer a diferença, veja só:
Se você mandar para DEZ pessoas e cada uma delas mandar para mais DEZ e DEZ... Quando estiver na 5ª sequência nós teremos atingido 100.000 ( CEM MIL ) pessoas! Se você não pode participar, ajude divulgando para mais pessoas. Você viu como pode fazer a diferença!?
VAMOS JUNTOS LUTAR PELA VIDA!


Acesse:
http://www.pelavida.org<http://www.pelavida.org/>

terça-feira, 26 de julho de 2011

Heterossexualidade e poder

Profa. Dra. Berenice Bento/UFRN*

Até pouco tempo escutávamos que “em briga de marido e mulher ninguém mete a colher”. Também era um costume lavar a honra com o sangue da mulher assassinada. Casos de mulheres assassinadas por seus parceiros dificilmente chegavam à justiça. Nas últimas décadas houve uma proliferação de movimentos e estudos mostrando que o espaço da casa, o lar doce lar, é marcado pela violência e que para alterar hábitos seculares era importante combinar ações dos movimentos sociais com políticas públicas que objetivassem acabar com violência no espaço familiar, ao mesmo que se aprovaram leis que penalizam os criminosos. Portanto, o espaço doméstico tem sido um dos lugares mais normatizados pelo Estado nas últimas décadas, a exemplo da Lei Maria da Penha e do Estatuto da Infância e Adolescente. Quando a Presidenta Dilma afirma que “não podemos interferir na vida privada das pessoas”, contraditoriamente, esquece o papel fundamental do Estado brasileiro, pressionado por movimentos socais, na transformação desse espaço.
Nesse processo histórico de politização do privado, a violência contra os filhos e as filhas homossexuais passou a ter visibilidade. O que pode um pai e uma mãe contra um filho homossexual? Tudo? Se o argumento for pelo costume, ou seja, aquilo que tem força reguladora das relações entre as pessoas pela repetição, então, neste, caso, os pais podem tudo, principalmente contra filhos não heterossexuais. E, de fato, as pesquisas mostram a violência brutal dos pais que descobrem que seus filhos são gays, lésbicas ou transexuais ou travestis. A resposta costumeira para esta descoberta tem sido a expulsão de casa. Pela declaração da Presidenta, nada se poderá fazer. Mas a família não está só na tarefa de preservação do “costume heterossexual”, tem como aliada outra instituição poderosa: a escola.
As inúmeras teses e pesquisas produzidas por pesquisadores/as de universidades brasileiras apontam que a escola é um dos espaços mais violentos para crianças que apresentam comportamentos “não adequados” para os “costumes heterossexuais”. Não basta falar de bullying, palavra asséptica, que não revela o heteroterrorismo a que estas crianças e adolescentes são submetidos. A reiteração de agressões verbais e físicas contra meninos femininos e meninas masculinas desfaz qualquer ilusão de que a heterossexualidade é um dado natural. Desde que nascemos somos submetidos diariamente a um massacre: “comporte-se como menina, feche as pernas, seja homem, menino não chora”. A produção da heterossexualidade é um projeto diário e violento.
Imaginem o sofrimento de um estudante que precisa freqüentar a escola, mas sabe que ali será agredido física e psicologicamente. Uma das mulheres transexuais que entrevistei afirmou: “Era um horror. Na hora do recreio eu ficava sozinha. Ninguém brincava comigo. Eu me sentia uma leprosa. Por várias vezes, a professora viu os meninos me xingando de viadinho e ela só fazia ri.” O riso da professora seria um costume? Desnecessário afirmar que esta mulher transexual, como tantas outras, não conclui seus estudos. Os indicadores de sucesso e fracasso escolar, ou evasão, subestimam a variável violência homofóbica.
Muitos professores argumentam que não têm instrumentos didático-pedagógicos para fazer uma reflexão com seus estudantes sobre respeito e diversidade sexual.
A disputa que assistimos em torno do material pedagógico Escola Sem Homofobia nos revela que produção da heterossexualidade não tem nada a ver com “costumes” inseridos no âmbito do privado, mas com poder. A bancada religiosa do Congresso Nacional sabe muito bem disso. Sabe que a produção de uma pessoa heterossexual é um projeto que deve contar com o apoio absoluto de todas as instituições: a família, a escola e, claro, os representantes do Estado.
*Professora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e Coordenadora do Núcleo Tirésia-UFRN

Publicada em: 02/06/2011 às 12:00 artigos e resenhas

CLAM

FILOSOFIA E COMPORTAMENTO: TRANSGÊNERES

Autora: Karin Hueck - Revista SuperInteressante Abril 2009, pag. 62

Toda criança nasce com um sexo. Mas nem toda criança acha que nasceu no sexo certo. Quando isso acontece, estamos diante de um dos maiores desafios da medicina.

Quando Nick tinha 3 anos, seu pai John, achava estranho que o menininho gostasse tanto de vestir uma camiseta bem comprida e ficar andando com ela pela casa, como se estivesse de vestido. Também não entendia a fascinação da criança por tudo que era cor-de-rosa ou porque ele só dava nomes femininos a seus animais de pelúcia. Um dia, John presenciou uma cena estranha. Junto com dois outros meninos, o filho brincava no jardim. Mas, enquanto os amiguinhos fingiam ser Batman ou Super-Homem, Nick imaginava ser uma fada-princesa. Aquilo disparou o alarme, o menino gostava demais de coisas de meninas, e ficava muito triste quando tinha de se vestir de acordo com seu sexo. A mãe, então, arriscou, "Nick você gostaria de comprar um vestido?" A reação do filho assustou os pais.

Ele começou a tremer e a ofegar, de tanta felicidade. Foi aí que tudo ficou claro, Nick só seria feliz se vivesse como menina. E foi exatamente isso que os pais fizeram.

Hoje aos 7 anos, Nick se chama Mary. Deixou o cabelo crescer, só usa roupas femininas e mudou de vida. Na escolinha, na Califórnia, quase ninguém sabe que ela é um menino com variação de gênero, que especialistas estimam afetar 1 em cada 500 crianças. E ninguém imagina que ela mudou de sexo ainda durante a infância.

Geralmente é logo no começo da infância que os pais reparam no comportamento estranho. Meninos as vezes tentam arrancar o próprio pênis e meninas não suportam a ideai de usar um vestido. "Só fui perceber que era um menino aos 3 anos de idade, quando a professora mandou os alunos se dividirem por sexo. Eu fiquei chateada, porque antes disso achava que era uma menininha como as outras", diz Luciana, uma paulistana de 28 anos, cujo nome no RG ainda é Luciano.

Em crianças assim, a tendência é a situação só se agravar, Isso porque durante a infância é fácil fazer uma criança se passar pelo sexo oposto, bastam umas roupas cor-de-rosa ou umas camisas de futebol, O problema é quando a puberdade se aproxima.

Na adolescência, a criança começa a ter consciência da sua sexualidade e passa pelas maiores (e mais irreversíveis) mudanças fisiológicas da vida. Já não é um período fácil para quem está satisfeito com o seu gênero, imagine então, para quem rejeita o próprio corpo. Ter seios e menstruar, ou ter barba e engrossar a voz, são o pesadelo de qualquer criança com transtorno de identidade de gênero.

"Metade dos adolescentes transgêneres tentam se matar entre a puberdade e a vida adulta" diz Stephanie Brill, autora do livro "The transgender child" (A criança transgênere, ainda sem tradução para o português). Luciana passou boa parte da sua vida sem fazer sexo, de tanta aversão que sentia a seu pênis. Se para essas pessoas a adolescência é tão traumática, o que pode ser feito? Segundo a sociedade internacional de endocrinologia, a resposta é bloquear a puberdade.

A ideia parece radical, mas já está sendo feita na Europa e nos EUA desde o começo dos anos 2000. Quando uma criança é diagnosticada com transtorno de identidade de gênero, o tratamento começa entre os 10 e 12 anos. Nessa idade, prescrevem-se os bloqueadores de puberdade, originalmente criados para crianças que entram na adolescência muito cedo, aos 7 ou 8 anos. O mais comum deles é o hormônios liberador de gonadotrofina (GnRH), que impede a testosterona e o estrogênio de agir. Sem esses hormônios, o corpo fica "congelado" numa infância eterna. Ele não se desenvolverá para nenhum gênero e ficará sexualmente neutro. O método foi imaginado para que as crianças tenham tempo de decidir a qual sexo pertencem, sem que seu corpo passe pelas mudanças sem volta da puberdade.

"Bloquear a puberdade é um tratamento totalmente reversível. Hormônios e cirurgias, esses não têm volta." diz a psiquiatra Annelou de Vries, da Universidade Livre de Amsterdã, o primeiro lugar do mundo a oferecer esse tratamento. Lá, mais de 100 adolescentes estão neste momento tomando o GnRH para, aos 16 anos, começarem com os hormônios sexuais e aos 18, cogitarem a cirurgia de readequação sexual.

Para John, pai da menina Mary (que nasceu Nick), os bloqueadores são um milagre. "Quero que minha filha passe apenas uma vez pela puberdade, e só no sexo feminino. Ela mal pode esperar para começar com os bloqueadores."

Essa história faz todo o sentido na teoria, mas não na prática. Como é possível diagnosticar com segurança o transtorno de identidade de gênero numa criança tão nova? Peguemos o exemplo de André, um produtor de moda homossexual, de 24 anos. Quando criança, seu brinquedo favorito era uma Barbie Lambada, e ele adorava usar uma toalha na cabeça para fingir ter cabelo comprido.

André nem sequer sabia dizer se era menino ou menina. Hoje, ele namora um rapaz, mas jamais cogitaria mudar de sexo. Como saber, ainda na infância, que ele seria feliz em seu gênero de nascença? "Ainda não conseguimos ter 100% de certeza com crianças. O que avaliamos é a insistência dela em ser, se vestir e se comportar como o sexo oposto durante anos de acompanhamento psicológico", diz Vries. O importante nesses casos é a atitude irredutível. Se a criança um dia diz que é menino e no outro menina, é bem provável que a confusão de gênero não siga até a vida adulta. Mas, como tudo que envolve a mente humana, não há como ter certeza.

Um médico americano, Charles Davenport, tentou quantificar a longo prazo o comportamento de meninos afeminados. Dos 10 garotos que ele acompanhou até a vida adulta, 4 viraram heteros, 2 viraram gays, 3 ficaram incertos sobre sua orientação sexual e apenas 1 deles virou transexual e quis trocar de sexo. Isso também se comprova com estatísticas: na infância, 1 em cada 500 crianças pode apresentar alguma variação de gênero. Já entre adultos, o transexualismo é muito mais raro: calcula-se que sejam apenas 1 em cada 30 mil homens e 1 em cada 100mil mulheres. Ou seja, se você conhecer um menino que gosta de brincar de boneca, não há razão para se alarmar. E é justamente isso que torna o tratamento com bloqueadores de puberdade tão polêmico.

Joanne tinha 8 anos quando contou à mãe que, na verdade, era um menino e queria ser chamado de Jack. Sem que os pais soubessem, já dizia para os coleguinhas no colégio que só atenderia por "ele". Para a mãe, a mudança foi traumática, ela precisou de um ano para conseguir fazer a troca de pronomes.

Em compensação, Jack deixou de ser uma menina deprimida para virar o menino contente que é hoje, aos 10. "Os seios de Jack estão começando a despontar, e eu sei que deveria pensar em bloqueadores e cirurgias, mas é muito difícil para mim", diz Anna, a mãe, no livro sobre crianças transgêneres.

Deixar o filho viver no sexo oposto inclui uma série de problemas que nenhum pai gostaria de enfrentar. É preciso contar à família que aquela menina agora atenderá pelo nome de Jack, é preciso pedir que o professor fique atento a provocações com o novo menino na escola e é preciso se despedir do sonho de ver a filha casar e ter filhos. "Eu sempre quis brincar de bola com meu filho, mas percebi que com Mary isso não se tornaria realidade", conta John, pai de Mary que até os 4 anos, era Nick.

No Brasil, até as leis atrapalham a mudança. O conselho federal de medicina proíbe qualquer intervenção com remédios antes dos 18 anos, e a cirurgia é vetada até os 21 anos. Além disso, não é simples convencer alguém de que o filho talvez precise trocar de sexo. "No Brasil, quando a família entende que a mudança logo cedo ajuda, os pais vão sozinhos atrás de remédios e hormônios para os filhos", diz Alexandre Saadeh, psiquiatra do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Tudo indica que as causas para o transtorno sejam biológicas. Em 2008, um estudo do Instituto Karolinska, na Suécia, mostrou que a estrutura e o tamanho de diversas áreas do cérebro são parecidas em homens gays e mulheres hetero, e o mesmo acontece em lésbicas e homens hetero.

Assim, poderia haver uma mente masculina dentro de um corpo feminino e vice-versa. "Imagina-se que pode haver alguma influencia de hormônios durante a gestação. Por exemplo, se o feto é do sexo masculino, mas entrou em contato com hormônios femininos, é possível que o cérebro do bebê, se forme de maneira diferente." diz Carmita Abdo, do projeto sexualidade do Hospital das clínicas. Quando os pais percebem que não adianta forçar a barra para mudar o comportamento do filho, é geralmente também quando enxergam que são eles que precisam mudar.

Ninguém escolheria ser transexual. Eles são a minoria sexual mais discriminada, abaixo de gays, lésbicas, bissexuais e travestis. 73% deles sofrem assédio nas ruas e 45% rompem com a família quando anunciam seu verdadeiro gênero. Os bloqueadores de puberdade ajudam a aliviar o preconceito porque deixam a pessoa com uma aparência mais natural depois da troca de sexo.

As contraindicações são muitas, há indícios de que atrapalham na calcificação dos ossos e se o tratamento for iniciado muito cedo, com bloqueadores e hormônios na puberdade, a pessoa quase certamente ficará infértil. Além disso, a dose do GnRH pode chegar a R$ 3mil.

"Eu vejo que, aos poucos, os pais estão deixando seus filhos fazer essa transformação, mesmo que escondida. Eles preferem ver os filhos felizes e vivos, do que infelizes no sexo biológico" diz Brill. Há alguns anos, quem recomendasse bloqueadores de puberdade a crianças saudáveis seria chamado de louco ou radical. Hoje, alguns lugares já se acostumaram com o arco-íris da sexualidade humana. A Park Day School, em Oakland, nos EUA, é uma escola que dá as boas-vindas a essas crianças. Nos últimos anos, 8 aluninhos que nasceram num sexo, mas vivem no outro, passaram por lá. Na hora de ir ao banheiro, podiam escolher entre o feminino, o masculino e o neutro. Mas nem é preciso ir tão longe: no Mato Grosso do Sul, alunos da rede estadual que vivem no sexo oposto ganharam na justiça o direito de ser chamados pelo nome de sua preferência. A mudança já começou.

Fonte Universidade Livre Feminista

quarta-feira, 13 de julho de 2011

A por Mente e Cérebro Notícias

 

O que faz com que você se interesse e se apaixone por esta ou por aquela pessoa? E o que o faz simplesmente “nem cogitar” aproximar-se de alguém? As possibilidades são inúmeras. Há teorias bastante prováveis, por exemplo, que consideram, entre outros fatores, as influências inconscientes, os nossos modelos de homem e mulher e os relacionamentos desenvolvidos ainda na infância.

É como se, pelo menos para a maioria de nós, houvesse uma espécie de radar que detecta potenciais parceiros com genes parecidos com os nossos. Porto-riquenhos de ambos os sexos, por exemplo, têm mais facilidade de se sentir atraídos por pessoas com uma mistura de genes africanos e europeus.

Ainda que a tese se comprove com outros estudos complementares, será difícil afirmar que esse é o único determinante na hora da paquera. O mais provável é que vários aspectos psíquicos, sociais, culturais, fisiológicos – e até genéticos, por que não? – contribuam para fazer nosso coração acelerar por alguém.

Fonte: Mente e Cérebro Notícias

Psicólogo transexual e travesti pode colocar nome social na carteira

Globo Notícias | em Sexta, 08 Julho 2011 05:52

  • O Diário Oficial da União publicou em 24/06/2011 uma resolução do Conselho Federal de Psicologia que autoriza psicólogos transexuais e travestis a incluir na carteira de identidade profissional um nome social pelo qual desejam ser chamados.

Segundo a resolução nº 14, datada de 20 de junho de 2011, o nome social do profissional será inserido no campo de “observação” da carteira.

Para que isso ocorra, a pessoa interessada deverá solicitar por escrito ao Conselho Regional de Psicologia a “inclusão do prenome que corresponda à forma pela qual se reconheça e é identificada, reconhecida e denominada por sua comunidade e em sua inserção social”, diz o texto.
A resolução autoriza o profissional a usar o nome social como assinatura em documentos do trabalho, desde que seja colocado junto o seu nome e registro profissional.
Assinada pelo presidente do Conselho Federal de Psicologia, Humberto Cota Verona, a resolução entra em vigor nesta sexta-feira, data de sua publicação.

Fonte: Globo Notícias

sábado, 2 de julho de 2011

MARCO INICIAL DAS ATIVIDADES DE PARCERIA DA PSICOLOGIA ASSOBECATY COM A ESCOLA ESTADUAL AGLAE KEHL UM OLHAR PARA O CUIDADO COM TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO

Com o objetivo de firmarmos uma parceria entre o Departamento de Psicologia da  ASSOBECATY com a ESCOLA ESTADUAL AGLAE KEHL, situada no Bairro COHAB em Guaíba/RS, realizou  uma atividade no dia 20.05.2011, onde buscou-se primeiramente conhecer o quadro de professores da escola, trabalhadores em educação, que também estão na condição de cuidadores ao desempenharem suas atividades funcionais em colégios e tendo em vista que a base de seu trabalho é focada nos alunos (pessoas que necessitam de cuidados).Imagem0150
Esta atividade inaugural visou sensibilizar os professores, através de uma pequena reflexão para a questão do cuidado, uma vez que o ambiente escolar é muitas vezes a extensão dos lares do seu corpo discente, os alunos, sendo também o palco de repetição de muitos conflitos ocorridos no seio familiar, onde a escola por vezes é o refúgio para a fuga de um cenário repleto de violência, negligência e tantas outras violações de direitos humanos.
Procuramos abordar também o tema trabalho, por estarmos no mês de maio, que compreende duas datas alusivas ao tema trabalho correspondendo aos dias 1º e 13 de maio, datas que deveriam servir à reflexão, assim apontadas por alguns professores durante a realização da atividade, sendo a primeira um marco ao Dia do Trabalhador e a segunda respectivamente por fazer alusão ao trabalho escravo, à libertação, conceito e ação discutível até nossos dias atuais.
Desse modo, procurando pensar a questão do trabalho e o cuidado, encontramos na literatura de saúde a expressão “cuidado” para referir-se às relações centrais dos projetos no modo de ser dos humanos, com os modos de compreender a si e ao seu mundo e com seus modos de agir e interagir. Assim, entendemos que o trabalho é um dos diferentes modos de subjetivação do ser humano, envolve seu projeto de vida, muitas vezes o projeto de felicidade, por dar sentido a sua existência como ser social, dando um sentido além de um caráter simplista de utilitarismo ou ser produtivo a serviço apenas da produção de um capital material, sem o provimento de um sentido para este trabalho.
Imagem0153Finalmente, de tudo que discorremos teoricamente, pudemos constatar na prática vivencial desta atividade proposta que para o grupo, a equipe de professores desta instituição de ensino, o trabalho e o cuidado com o ser humano envolve diferentes significados e sentimentos. Essa proposta de trabalho é uma construção conjunta entre profissionais educadores e profissionais de saúde e áreas afins da ASSOBECATY, que teve início nesta data (20.05.2011), mas não tem data prevista para seu término, visto que é um processo construtivo, onde as demandas grupais de cada encontro delinearam o foco de nosso trabalho.
Débora Lúcia de Souza e Silva
Psicóloga - CRP/RS 07/15877
ASSOBECATY-Guaíba/RS

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ASSOBECATY  http://pontodeescutaassobecaty.blogspot.com

MARCO INICIAL DAS ATIVIDADES DE PARCERIA DA PSICOLOGIA ASSOBECATY COM A ESCOLA ESTADUAL AGLAE KEHL UM OLHAR PARA O CUIDADO COM TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO

 

Com o objetivo de firmarmos uma parceria entre o Departamento de Psicologia da  ASSOBECATY com a ESCOLA ESTADUAL AGLAE KEHL, situada no Bairro COHAB em Guaíba/RS, iniciamos uma atividade no dia 20.05.2011, onde buscou-se primeiramente conhecer o quadro de professores da escola, trabalhadores em educação, que também estão na condição de cuidadores ao desempenharem suas atividades funcionais em colégios e tendo em vista que a base de seu trabalho é focada nos alunos (pessoas que necessitam de cuidados).Imagem0150
Esta atividade inaugural visou sensibilizar os professores, através de uma pequena reflexão para a questão do cuidado, uma vez que o ambiente escolar é muitas vezes a extensão dos lares do seu corpo discente, os alunos, sendo também o palco de repetição de muitos conflitos ocorridos no seio familiar, onde a escola por vezes é o refúgio para a fuga de um cenário repleto de violência, negligência e tantas outras violações de direitos humanos.
Procuramos abordar também o tema trabalho, por estarmos no mês de maio, que compreende duas datas alusivas ao tema trabalho correspondendo aos dias 1º e 13 de maio, datas que deveriam servir à reflexão, assim apontadas por alguns professores durante a realização da atividade, sendo a primeira um marco ao Dia do Trabalhador e a segunda respectivamente por fazer alusão ao trabalho escravo, à libertação, conceito e ação discutível até nossos dias atuais.
Desse modo, procurando pensar a questão do trabalho e o cuidado, encontramos na literatura de saúde a expressão “cuidado” para referir-se às relações centrais dos projetos no modo de ser dos humanos, com os modos de compreender a si e ao seu mundo e com seus modos de agir e interagir. Assim, entendemos que o trabalho é um dos diferentes modos de subjetivação do ser humano, envolve seu projeto de vida, muitas vezes o projeto de felicidade, por dar sentido a sua existência como ser social, dando um sentido além de um caráter simplista de utilitarismo ou ser produtivo a serviço apenas da produção de um capital material, sem o provimento de um sentido para este trabalho.
Imagem0153Finalmente, de tudo que discorremos teoricamente, pudemos constatar na prática vivencial desta atividade proposta que para o grupo, a equipe de professores desta instituição de ensino, o trabalho e o cuidado com o ser humano envolve diferentes significados e sentimentos. Essa proposta de trabalho é uma construção conjunta entre profissionais educadores e profissionais de saúde e áreas afins da ONG ASSOBECATY, que teve início nesta data (20.05.2011), mas não tem data prevista para seu término, visto que é um processo construtivo, onde as demandas grupais de cada encontro delinearam o foco de nosso trabalho.
Débora Lúcia de Souza e Silva
Psicóloga - CRP/RS 07/15877
ONG ASSOBECATY-Guaíba/RS

 

junho de 2011 Convocatória para Editor/a da Revista Psicologia & Sociedade

29 de A ABRAPSO torna pública a Convocatória para o Processo Seletivo de Escolha de Editor/a da Revista Psicologia & Sociedade, periódico da Associação Brasileira de Psicologia Social (ABRAPSO) - Gestão 2012/2015. A convocatória está aberta em âmbito nacional e os requisitos para candidatos/as estão em Convocatórial disponível no site abrapso@abrapso.org.br

Desde 1985, a ABRAPSO a revista Psicologia & Sociedade, atualmente classificada como A2 pela Avaliação de Periódicos da CAPES. Este periódico está disponível on-line via Scielo (Scientific Electronic Library Online -www.scielo.br/psoc desde o volume 14 (referente ao ano de 2002). É um periódico especializado que tem como objetivo publicar, disseminar e promover o intercâmbio de informações sobre estudos, pesquisas e intervenções no campo da Psicologia Social.

O período de inscrições irá de 30 de junho a 15 de agosto de 2011 (data de postagem, via eletrônica paraabrapso@abrapso.org.br). O resultado da seleção será encaminhado pela Comissão Julgadora ao Conselho Diretor da ABRAPSO para aprovação, sendo então divulgado no sitewww.abrapso.org.br até dia 31 de agosto de 2011 e homologada em Assembléia Geral da ABRAPSO, durante 16º Encontro Nacional, em Recife. A posse do/a novo/a Editor/a ocorrerá em 02 de janeiro de 2012, sendo válida para a revista volume 24, número 1, de 2012.

Mais informações, favor entrar em contato por e-mail abrapso@abrapso.org.br
Visualize a convocatória, clicando aqui!

Benedito Medrado, Direção Nacional da ABRAPSO
Kátia Maheirie, Editora Geral da Revista

Caso não esteja conseguindo visualizar esta mensagem,  clique aqui.

ABRAPSO - Associação Brasileira de Psicologia Social
http://www.abrapso.org.br/

O mesmo para todas as brasileiras

 

por Luciana Holtz*

“Eu quero que todas as mulheres do Brasil tenham acesso às mesmas coisas que eu tive. Sou beneficiária de uma prevenção. Eu tive um câncer, o câncer foi detectado no princípio e eu tive um processo de cura.” A presidente Dilma Rousseff pronunciou tais palavras durante o lançamento das ações de fortalecimento dos programas nacionais de controle do câncer de mama e do colo do útero, em Manaus, no dia 22 de março. Os programas, que integram a Política Nacional de Atenção Oncológica, apresentam ações de abrangência nacional previstas para os próximos quatro anos – com investimentos da ordem de R$ 4,5 bilhões –, de controle do câncer de mama e do colo do útero, neoplasias mais incidentes entre mulheres brasileiras, e que, se diagnosticadas precocemente, apresentam grandes chances de cura. O Brasil terá, este ano, aproximadamente 18,5 mil novos casos de câncer de colo de útero e 49,2 mil de câncer de mama, segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca).

A ampliação da cobertura nacional à mamografia, a criação de 20 centros especializados no diagnóstico e tratamento do tumor no colo do útero nas regiões Norte e Nordeste, e o prazo máximo de 60 dias para o início do tratamento das mulheres diagnosticadas com câncer, foram medidas destacadas pela presidente, mulher curada de um câncer e consciente da importância imperativa na atenção especial à saúde da mulher.

cancer-mamaPara que mulheres brasileiras atingidas pelo câncer tenham chances reais de vencê-lo, assim como Dilma Rousseff, algumas prerrogativas são essenciais e fundamentais. A presidente brasileira, assistida pelas mesmas leis que quaisquer das quase 97,5 milhões de conterrâneas, está curada, pois teve acesso ao diagnóstico precoce, foi assistida por profissionais altamente qualificados, realizou a cirurgia diagnóstica imediatamente após ter os primeiros sintomas, obtendo rapidamente o diagnóstico de câncer, iniciou as fases do tratamento posteriores ao diagnóstico em curto espaço de tempo, teve acesso às drogas mais modernas do mercado, mesmo as não incorporadas na lista do Sistema Único de Saúde (SUS) na época do seu tratamento.

O Brasil tem avançado na formatação dos programas de prevenção aos cânceres que atingem a mulher, porém estes avanços ainda não levaram à grande adesão que seria necessária para reduzir as mortes pelo câncer.

Diretrizes de tratamento propostas pelo Ministério ainda deixam de contemplar importantes aspectos necessários à erradicação das mortes pelo câncer de mama e colo de útero. A idade mínima para o rastreamento do câncer de mama, por exemplo, recomendada pelo Ministério da Saúde é de 50 anos, em descompasso com a idade de 40 anos que é consenso entre oncologistas e mastologistas. Ainda em relação ao câncer de mama, a não incorporação no SUS de medicações que alvejam a proteína Her-2 (presente em um quarto dos casos de câncer) tira a chance de cura ou de prolongar a sobrevida de um grande número de mulheres a cada ano. Sobre o câncer de colo de útero, a não incorporação da vacinação para HPV não se justifica, já que toda a estratégia de rastreamento não tem conseguido a adesão necessária à redução da mortalidade e, sabidamente, a vacina eliminaria mais de 90% das lesões precursoras do câncer. Também, a formatação de projetos regionais de educação em saúde deve ser avaliada.

O tratamento que livrou a presidente Dilma Rousseff do câncer foi de excelência incontestável. Quando todas as mulheres e homens brasileiros atingidos pela doença forem atendidos com a mesma primazia, a realidade do câncer no país – ainda demarcada por barreiras quase instransponíveis como o alto grau de desinformação, baixo acesso às ações e serviços de saúde e a não prontidão na realização de todas as fases do tratamento –, será diferente.

Queremos um Brasil sem preconceito, sem sofrimento e sem mortes causadas pelo câncer.

* Luciana Holtz é presidente do Instituto Oncoguia.

** Publicado originalmente no site EcoD.

Fonte; Universidade Livre Feminista

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Dilma lançará lei em que ONGs terão verba para tratar viciado

22/06/11, 19:03

Dilma lançará lei em que ONGs terão verba para tratar viciado

Presidente montou grupo de trabalho comandado pela ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann.

A presidente Dilma Rousseff montou um grupo de trabalho para preparar uma nova lei que permita a Fazenda da Paz e comunidades terapêuticas (as ONGs)  a receberem recursos do governo federal para o tratamento de dependentes químicos (álcool e drogas). 

Fotos: Roberto Stuckert Filho/PR

Na tarde desta quarta-feira (22), Dilma Rousseff se reuniu com representantes das comunidades terapêuticas do País. Do Piauí estava o coordenador da Fazenda da Paz, Célio Luis Barbosa.

Por telefone, ele disse que o grupo de trabalho será comandado pela da ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann.

“Ficamos otimistas com a reunião, pois a presidente Dilma Rousseff colocou que nenhum plano de combate as drogas será lançado sem a participação das comunidades terapêuticas”, afirmou Célio Luis.

Atualmente, as comunidades terapêuticas que são responsáveis por 80% dos atendimentos no País, não podem receber recursos federais. Elas não são reconhecidas pela União. Com a nova lei, o governo reconhece a legitimidade das comunidades e ainda dará financiamento. Hoje, o custo médio de um paciente é de R$ 800,00.

De acordo com pastor Wellington Vieira, que preside a Federação de Comunidades Terapêuticas Evangélicas do Brasil (Feteb), existem no país cerca de 3 mil comunidades que cuidam de aproximadamente 60 mil dependentes químicos.

“Estas entidades atendem atualmente cerca de 80% das pessoas que estão em tratamento”, disse o pastor Vieira.

A titular da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD), Paulina Duarte, informou que a reunião atende pedido da presidenta Dilma com o objetivo de conhecer o trabalho desenvolvido pelas comunidades. A partir deste momento será estabelecido programa que vai incluir as entidades na rede pública para tratamento de dependentes químicos. Assim estas comunidades passam a receber recursos públicos para prestar o serviço.

Flash Yala Sena

yalasena@cidadeverde.com

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quinta-feira, 23 de junho de 2011

Curso de Especialização em Psicologia Hospitalar

Inscrições abertas

Curso teórico-prático: inclui seminários teóricos, supervisão individual, prática no atendimento a pacientes, familiares e/ou trabalhadores do hospital.

Duração: 13 meses

Carga horária: 20 horas semanais

Título de Especialização reconhecido pelo Conselho Federal de Psicologia

Início do curso: 1º de agosto de 2011

INSCRIÇÕESde 10 de junho a 10 de julho,através do envio do Currículo para:

L-PICCAP-PsicologiaHospitalar@hcpa.ufrgs.br

Maiores informações pelo e-mail acima ou através do fone: 3359-8507

Conversando sobre Saúde e Espiritualidade

Palestras:

Conversando sobre Saúde e Espiritualidade

Data: 02/07 sábado às 10hs.

Local: Auditório da FATO – Faculdades Monteiro Lobato

Rua dos Andradas, 1180 – Centro - Porto Alegre, RS.

A medicina vem aprofundando seu estudo referente à importância da espiritualidade para a saúde humana. Isso se reflete no aumento significativo de pesquisas e publicações sobre o assunto, assim como o surgimento de disciplinas dentro das Universidades para aprofundar esses conhecimentos com a proposta de realizar a intersecção entre saúde e espiritualidade.

As pesquisas médicas têm demonstrado que o exercício da espiritualidade tem sido um importante instrumento de apoio para a melhora geral do paciente. Além da melhora clínica e da qualidade de vida dos pacientes, a prática espiritual abrevia o tempo de internação e do uso de medicação, diminuindo o custo do tratamento médico ao paciente e ao sistema de saúde.

Tudo isso tem gerado uma necessidade de se ampliar a discussão nessa área, preparando o profissional da saúde para tratar desses assuntos de forma cuidadosa e qualificada, capacitando-o a realizar pesquisas e de trazer esses conhecimentos para a sua prática profissional.

O debate proposto visa mostrar as relações entre saúde e religiosidade/espiritualidade, sua implicação na prática médica e as principais linhas de pesquisas. Refletir sobre as novas possibilidades terapêuticas com a inclusão da dimensão espiritual.

Data: 02/07 sábado às 10hs.

Local: Auditório da FATO – Faculdades Monteiro Lobato

Rua dos Andradas, 1180 – Centro - Porto Alegre, RS.

Debatedores:

Dr. Carlos Eduardo Accioly Durgante – Espiritualidade no processo de Envelhecer        

Licenciado em Medicina pela Universidade Federal de Santa Maria (Rio Grande do Sul). Especialista em Medicina Interna e Pós-Graduação em Geriatria e Gerontologia. Autor de vários livros entre eles “Velhice culpada ou inocente?” e “Pondo Fé na Ciência – A Relação entre Fé e a Saúde”.

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Dr. César Geremia – Atualidade Científica em Espiritualidade

Graduação em Medicina em 1989 pela FFFCMPA, Pediatra, Mestre em Medicina com ênfase em Endocrinologia Pediatrica , Título de Especialista em Pediatria, Título de Área de Atuação em Endocrinologia Pediátrica pela Soc. Bras. De Endocrinologia e Metabolismo, Professor de Fisiologia da ULBRA.

Dr. Gilson Luis Roberto – Conceito de Espiritualidade e sua Implicação na Saúde Mental

Graduado pela PUC-RS em 1991, com formação em homeopatia e Pós-Graduação em Psicologia Analítica Junguiana.Vice -Presidente do Hospital Espírita de Porto Alegre. Professor convidado em várias atividades de extensão universitária na área da saúde e espiritualidade, com inúmeras publicações entre elas a participação do livro Espiritualidade e Qualidade de Vida publicado pela EDIPUC.    

Dra. Tatiana Freitas Tourinho – Saúde e Espiritualidade

Médica formada na PUCRS em 1986, Residência em Medicina Interna , Residência em Reumatologia, Título de Especialização em Reumatologia AMB , Título de Especialista em Densitometria Óssea AMB, Professora de Reumatologia da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Mestre e Doutora em Clínica Médica pela UFRGS.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Mestrado em Mudança Social e Participação Política–USP

Aberto edital do processo seletivo para o mestrado em Mudança Social e Participação Política - 1º Semestre 2012 na Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP.

http://each.uspnet.usp.br/pos/pos-edital-mudancasocial.pdf

LINHA DE PESQUISA: PARTICIPAÇÃO POLÍTICA E DESENVOLVIMENTO LOCAL 

GRUPO DE PESQUISA 1

A) Territorialidades, Políticas Públicas e Conflitos na Conservação de Patrimônios

Docentes: Hervé Théry, Neli Aparecida de Melo Théry e Sidnei Raimundo

B) Memória, Patrimônio Cultural e Natural e Desenvolvimento Local

Docentes: Andrea Cavicchioli, Silvia Helena Zanirato

C) Políticas Públicas e Gestão Participativa

Docentes: Ana Paula Fracalanza, Úrsula Dias Peres

D) Memória Coletiva, Participação e Dinâmicas Comunitárias

Docentes: André Viude, Soraia Ansara

LINHA DE PESQUISA: AÇÕES COLETIVAS, MOVIMENTOS E MUDANÇAS SOCIAIS

GRUPO DE PESQUISA 2

A) Psicologia Política, Políticas Públicas e Multiculturalismo

Docentes: Alessandro Soares da Silva, Marco Antonio B. de Almeida, Salvador A.M.

Sandoval

B) Movimentos Sociais: Sustentabilidade e Dimensão Socioambiental

Docentes: Bernardo Mançano Fernandes, Marcos Bernardino de Carvalho

C) Mudanças Socioespaciais

Docentes: Diamantino Alves C. Pereira, Gerardo Kuntschik

D) Saúde Coletiva, Gênero e Mudança Social

Docentes: Aurea Maria Zölner Ianni, Elisabete Franco Cruz

E) Educação, Sociedade e Políticas Públicas

Docente: Maria Eliza M. Bernardes

sábado, 4 de junho de 2011

Manifesto Abrapso em favor do projeto Escolas sem Homofobia


Manifesto da Abrapso em favor do projeto "Escolas sem homofobia": por um estado laico e igualitário.

Em face da polêmica envolvendo o material educativo do projeto federal "Escola sem Homofobia", a Associação Brasileira de Psicologia Social (ABRAPSO) vem a público manifestar sua indignação ante a recente decisão do governo brasileiro de suspender a produção e divulgação desse instrumento pedagógico.
A ABRAPSO orgulha-se de manifestar, dentre os seus princípios, a defesa pela livre orientação sexual e esforça-se no combate a todas as formas de homofobia, baseando-se no principio constitucional da igualdade e na defesa da laicidade do Estado e da sociedade. Acredita, portanto, na necessidade de discutir e trabalhar o tema da discriminação contra LGBT em todos os setores da sociedade, inclusive nas escolas.
Ao contrário do que setores mais conservadores da sociedade, alguns dos quais usando argumentos religiosos, ou pretensamente psicológicos, para descaracterizar a proposta dos materiais, acreditamos que a linguagem utilizada pelos vídeos já exibidos anteriormente na imprensa e testados com populações diversas é apropriada para o público ao qual se destina. Esses argumentos escondem apenas a tentativa infundada, numa educação que se pretende laica e baseada em princípios constitucionais, de manter a homossexualidade sob o manto da invisibilidade, que favorece a discriminação e a violência contra estudantes homossexuais, tão comum nas escolas do nosso país.
Abrapso Gestão30anos

Caso não esteja conseguindo visualizar esta mensagem,  clique aqui.

ABRAPSO - Associação Brasileira de Psicologia Social
http://www.abrapso.org.br/

quinta-feira, 2 de junho de 2011

RODA DE CONVERSA ARTICULANDO PSICANÁLISE E SAÚDE COLETIVA

O ciclo de encontros intitulado: “Rodas de Conversa - Articulando Psicanálise e Saúde Coletiva”, retoma suas atividades em 2011. Seguindo o modelo iniciado em 2010, que consiste em exposições de palestrantes, especialmente convidados para falar sobre temas escolhidos, nas quais abre-se, após, espaço para debate, os encontros buscam promover diálogos e reflexões entre o campo da Psicanálise e da Saúde Coletiva. O objetivo é estimular trocas e aprofundar novos temas com estratégias construídas de forma compartilhada. As Rodas de Conversa são abertas a todos os interessados no assunto que envolve psicanálise e saúde coletiva.

O Cronograma completo de atividades previstas para o próximo semestre é o seguinte:

Cronograma – Primeiro Semestre de 2011

06/06/2011 - Crise: Psicanálise e Saúde Coletiva

Proponente: Ricardo Lugon

Interlocutora: Maria Gabriela Godoy (a confirmar).

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Freud vive, mas só para quem tem “cash”

 

DOYLESTOWN, Pa. —Solit

de Luiz Carlos Azenha

 

Talk Doesn’t Pay, So Psychiatry Turns Instead to Drug Therapy

por GARDINER HARRIS, no New York Times (Tradução parcial, siga o link para o conteúdo completo, em inglês)

Publicado em 5 de março de 2011

O Honorário com seu psiquiatra, o paciente confidenciou que o filho recém-nascido tinha sérios problemas de saúde, a mulher abalada gritava com ele e ele tinha voltado a beber. Com a vida e o segundo casamento desabando, o homem disse que precisava de ajuda.

Mas o psiquiatra, Dr. Donald Levin, fez o homem parar e disse: “Segura. Não sou seu terapeuta. Poderia ajustar suas medicações, mas não acho que seria apropriado”.

Como muitos dos 48 mil psiquiatras da nação [Estados Unidos], o Dr. Levin, em grande parte por causa das mudanças na forma de pagamento das companhias de seguro de saúde, não oferece mais terapia de fala, a forma de psiquiatria popularizada por Sigmund Freud que dominou a profissão por décadas. Em vez disso, ele receita drogas, normalmente depois de uma rápida consulta com cada paciente. E assim o Dr. Levin dispensou o paciente com uma indicação de um terapeuta mais barato e uma crise pessoal inexplorada e não resolvida.

A Medicina está mudando rapidamente nos Estados Unidos, de uma atividade pessoal para uma dominada por grandes grupos de hospitais e corporações, mas as novas eficiências são acompanhadas por uma perda de intimidade entre médicos e pacientes. E nenhuma especialidade perdeu mais profundamente que a psiquiatria.

Treinado como psiquiatra tradicional no Michael Reese Hospital, um centro médico de Chicago que desde então fechou, Dr. Levin, de 68 anos de idade, abriu seu primeiro consultório em 1972, quando a terapia de fala estava no ápice.

Então, como muitos psiquiatras, ele tratava de 50 a 60 pacientes em sessões de 45 minutos cada, uma ou duas vezes por semana. Agora, como muitos dos colegas, ele trata 1.200 pessoas, na maioria em visitas de 15 minutos para ajustes nas medicações, encontros que às vezes acontecem em intervalos de meses. Então, ele conhecia a vida pessoal dos pacientes melhor que o de sua própria esposa; agora, ele em geral nem consegue lembrar os nomes. Então, o objetivo do médico era tornar os pacientes felizes e completos; agora, é apenas mantê-los funcionais.

O Dr. Levin achou a transição difícil. Ele agora resiste a ajudar pacientes apenas a gerenciar melhor suas vidas. “Tive que me treinar para não se interessar pelos problemas deles”, ele disse, “sem derrapar para o caminho de me tornar um semi-terapeuta”.

Consultas rápidas se tornaram comuns na psiquiatria, disse o Dr. Steven S. Sharfstein, um ex-presidente da Associação Americana de Psiquiatria e agora presidente e executivo-chefe do Sheppard Pratt Health System, o maior sistema de saúde comportamental de Maryland.

“É uma prática que nos faz lembrar do atendimento primário”, disse o Dr. Sharfstein. “Checam as pessoas; sacam o talão de receitas; pedem exames”.

Com o cabelo ralo, a barba cinza e os óculos sem armação, o Dr. Levin se parece muito com os psiquiatras que apareceram durante décadas nos cartuns da [revista] New Yorker. O escritório dele, que fica acima do salão de cabeleireiro canino Dog Daze em um subúrbio da Filadélfia, tem um par de cadeiras de couro, máscaras africanas e a cabeça de uma alce na parede. Mas não há divã, nem sofá; o Dr. Levin não tem tempo nem espaço para que os pacientes se deitem.

Num dia recente, um homem de 50 anos visitou o Dr. Levin para renovar as receitas da medicação, um encontro que durou cerca de 12 minutos.

Dois anos atrás, o homem desenvolveu artrite reumatóide e ficou profundamente deprimido. O médico da família receitou um antidepressivo, sem efeito. O homem tirou licença do trabalho em uma companhia de seguros, se recolheu ao porão e raramente saia de casa.

“Eu fiquei como um urso, hibernando”, ele disse.

Missing the Intrigue

O homem procurou por um psiquiatra que fizesse terapia de fala, que receitasse se fosse necessário e que aceitasse seu plano de saúde. Não encontrou. Decidiu-se pelo Dr. Levin, que o persuadiu a fazer terapia de fala com um psicólogo e gastou meses ajustando um mix de medicações que agora inclui diferentes antidepressivos e um antipsicótico. O homem eventualmente retornou ao trabalho e agora sai de casa para ir ao cinema e visitar amigos.

A recuperação do paciente foi gratificante para o Dr. Levin, mas a brevidade das consultas — como as de todos os pacientes — deixa o médico se sentindo incompleto.

“Tenho saudade do mistério e do enredo da psicoterapia”, ele disse. “Agora me sinto com um mecânico de Volkswagen”.

“Sou bom nisso”, o Dr. Levin disse “mas não há muito a aprender sobre as drogas. É como [o filme] ‘2001, Odisseia no Espaço’, onde você tinha Hal, o supercomputador, sobreposto ao macaco com o osso. Sinto agora que sou o macaco com o osso”.

A mudança, das terapias de fala para as drogas, varreu os consultórios e os hospitais, deixando muito psiquiatras mais velhos se sentindo infelizes e inadequados. Um pesquisa governamental de 2005 indica que apenas 11% dos psiquiatras oferecem terapia de fala para todos os pacientes, um número que vem caindo há muitos anos e caiu ainda mais desde então. Hospitais psiquiátricos que no passado ofereciam meses de terapia de fala agora dispensam os pacientes dias depois da internação, apenas com as pílulas.

Estudos recentes sugerem que a terapia de fala pode ser tão boa ou melhor que as drogas no tratamento da depressão, mas menos da metade dos pacientes deprimidos hoje recebe esse tipo de terapia, quando a vasta maioria tinha acesso 20 anos atrás. As políticas de reembolso das companhias de seguro, que desencorajam as terapias de fala, são parte da razão. Um psiquiatra pode receber 150 dólares por três visitas de 15 minutos apenas para prescrever medicação, comparados com 90 dólares por uma consulta de 45 minutos envolvendo a terapia de fala.

A competição que vem de psicólogos e assistentes sociais — que, ao contrário dos psiquiatras, não estudam Medicina, portanto podem cobrar mais barato — é a razão pela qual a terapia de fala tem um valor menor na tabela das seguradoras. Não existem provas de que os psiquiatras ofereçam uma terapia de fala de melhor qualidade que psicólogos ou assistentes sociais.

Naturalmente, existem milhares de psiquiatras que ainda oferecem terapia de fala para todos os pacientes, mas eles cuidam mais dos ricos, que pagam em dinheiro. Em Nova York, por exemplo, um seleto grupo de psiquiatras cobra 600 dólares por hora para tratar banqueiros de investimento e os psiquiatras pediátricos cobram 2 mil dólares ou mais apenas na avaliação inicial do paciente.

Quando começou na psiquiatria, o Dr. Levin fazia sua própria agenda e pagava a estudantes universitários para enviar as cobranças pelo correio. Mas, em 1985, ele começou em uma série de empregos em hospitais e não voltou a ter um consultório até 2000, quando ele e mais de uma dúzia de psiquiatras com os quais trabalhava ficaram chocados ao descobrir que as companhias de seguro não pagariam mais o que eles pretendiam receber por sessões de terapia de fala.

“De início, todos nós seguramos firme, alegando que tinhamos passado anos aprendendo o ofício da psicoterapia e que não abriríamos mão dele por causa da política de pagamento das seguradoras”, o Dr. Levin disse. “Mas, um a um, nós aceitamos que o ofício não era mais economicamente viável. A maioria de nós tinha filhos na universidade. E ter a renda reduzida dramaticamente foi um choque para nós. Levei pelo menos cinco anos para aceitar emocionalmente que eu nunca voltaria a fazer o que tinha feito antes, o que eu amava”.

Ele poderia ter aceito viver com menos dinheiro ou poderia ter dado tempo aos pacientes mesmo sem receber reembolso da seguradora mas, diz, “eu queria me aposentar com o mesmo estilo de vida que eu e minha mulher tinhamos tido pelos últimos 40 anos”.

“Ninguém quer ganhar menos ao evoluir em sua carreira”, ele disse, “você toparia?”.

O Dr. Levin não revelou qual é sua renda. Em 2009, a compensação média anual para psiquiatras foi de cerca de 190 mil dólares, de acordo com pesquisas de grupos médicos. Para manter a renda, os médicos geralmente respondem aos cortes impostos pelas seguradoras aumentando o volume dos serviços, mas os psiquiatras raramente recebem compensação pelo treinamento adicional que tiveram na escola. A maioria se daria melhor financeiramente escolhendo outras especialidades médicas.

A Dr. Louisa Lance, uma ex-colega do Dr. Levin, pratica a velha forma de psiquiatria em um consultório ao lado de casa, a 20 quilômetros do Dr. Levin. Ela gasta 90 minutos com novos pacientes e marca as consultas de retorno para durar 45 minutos. Todos recebem terapia de fala. Cortar a relação com as seguradoras foi ameaçador, já que significa depender apenas da propaganda boca-a-boca, em vez das indicações da rede de médicos da seguradora, disse a Dra. Lance, mas ela não consegue imaginar uma consulta de 15 minutos. Ela cobra 200 dólares pela maioria das consulta e vê menos pacientes em uma semana que o Dr. Levin em um dia.

“A medicação é importante”, ela disse, “mas é o relacionamento que faz as pessoas melhorarem”.

As tentativas iniciais do Dr. Levin de conseguir reembolso das seguradoras ou persuadir os clientes a cobrir a parte que lhes cabe do valor da consulta não foram bem sucedidas. As assistentes do consultório simpatizavam com o choro dos pacientes e não recebiam os pagamentos. Então, em 2004, ele pediu à esposa, Laura Levin — uma terapeuta de fala licenciada, por ser assistente social — que assumisse o lado “negócio” do consultório.

A senhora Levin criou um sistema de contabilidade, comprou poderosos computadores, pagou licença de uso de um programa de agendamento de um hospital próximo e contratou uma empresa de cobrança para lidar com as seguradoras e ligar para os pacientes, lembrando-os das consultas. Ela impôs uma série de taxas nos pacientes: 50 dólares por uma consulta perdida, 25 dólares pelo fax de uma nova receita e 10 dólares extras por não pagar em dia o que é devido.

Assim que o paciente chega, a senhora Levin pede o co-pagamento [parte que cabe ao paciente, acima do pago pela seguradora], que pode ser de até 50 dólares. Ela marca as consultas seguintes sem perguntar por datas e horários preferidos, ganhando os minutos preciosos que os pacientes usariam para consultar seus calendários. Se os pacientes disserem mais tarde que não podem comparecer às consultas marcadas, pagam por isso.

“O segredo é o volume”, ela disse, “se gastamos dois ou cinco minutos extras com cada um dos 40 pacientes do dia, isso significa que vamos ter mais duas horas de trabalho por dia. E não temos como fazê-lo”.

Ela diz que gostaria de dar mais de si, particularmente aos pacientes que claramente enfrentam problemas. Mas ela se disciplinou para manter as interações restritas às questões presentes. “A realidade é que não sou mais terapeuta, ela disse, em palavras que ecoaram as do marido.

PS do Viomundo: Dá uma ideia do que se tornou, hoje, nos Estados Unidos, a “Medicina de mercado”. E vamos pelo mesmo caminho, especialmente se detonarem o SUS.